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Livro objeto
movimento

livro objeto

Brasil

2023

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O livro objeto foi realizado no âmbito final da minha dissertação de mestrado '' Os processos de escuta na criação de perspectivas sócio/espaciais ". A ideia era realizar um projeto simbólico que materializasse a experiência da componente especulativa quanto a experimental.


A concepção por trás desse objeto simbólico é convocar o conceito escuta. Refletir sobre isso me remeteu a uma nostálgica lembrança que eu tinha ao comprar um CD de música: a busca curiosa por escutar um determinado som, a escolha dele, a abertura, o folhear do catálogo e, por fim, a reprodução da música. Uma experiência que sinto falta, uma vez que hoje em dia acesso plataformas online para ouvir qualquer música, e muitas vezes, são apenas singles, em vez de um álbum completo, perdendo assim, a criação de um significado mais amplo da composição artística.

A partir dessa lembrança nostálgica, quis reunir no Livro Objeto todos os trabalhos da minha experiência no mestrado em um único local, criar um lugar e dar espacialidade, ao mesmo tempo dar uma dimensão visual e tátil à ideia de escuta. Para isso, adotei um objeto que faz analogia à um CD, um espelho redondo.

O CD, ou espelho, é intitulado Movimento.

 

Se eu tivesse que resumir minha dissertação em uma única palavra, acredito que seria essa. Inúmeros movimentos foram necessários para chegar até aqui, desde os mais radicais, como atravessar o oceano para chegar ao Porto, até os mais sutis, como movimentar-me lentamente para captar o som do ar.
Para poder escutar, requer movimento. O movimento é  necessário para sair do próprio espelho. À medida que se movimenta, abre-se outras perspectivas. No caso do livro objeto, ao virar o espelho, é possível escutar.  Há um QR code que direciona para uma compilação de 45 minutos contendo sons brutos de várias experiências coletadas ao longo desta dissertação, busca-se criar uma sinfonia única.  E fica aqui o meu convite a escutar.

E por fim, o espelho e os catálogos dos projetos estão embalados em uma caixa também espelhada. Mas agora um espelho que não é nítido que distorce, que cria imagens que não são claras. A embalagem é uma metáfora para romper com a ideia da imagem perfeita ao mesmo tempo lembrar que a escuta nem sempre é clara e direta, possui ruídos. Para se enxergar na embalagem é preciso movimentos corporais, e mesmo assim não se enxerga perfeitamente, produz a sensação de uma imagem indefinida, incerta. Ou seja, a escuta não é nítida, não é fotogênica, possui fragmentos, exige movimento, mas ela me parece capaz de suportar a incerteza.

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